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Arquipélago de Galápagos: ilhas inóspitas!
O HMS Beagle ancorou no arquipélago de Galápagos em 15 de setembro de 1835, mais especificamente na ilha Chatham (San Cristóbal), onde Darwin teve as suas primeiras impressões sobre a origem vulcânica das ilhas. O arquipélago de Galápagos encontra-se a 1.000 km de distância da costa oeste do continente americano, com uma área oceânica de cerca de 59.500 km2, contendo treze ilhas principais, seis ilhas menores, além de dezenas de ilhotas e rochedos, totalizando cerca de 8.010 km2 de área terrestre.
Naquele período, os navegantes tinham esse arquipélago como rota por questões de sobrevivência, pois antes de enfrentar a navegação pelo oceano Pacífico, eles abasteciam os navios de água potável na ilha Floreana e de comida fresca para toda a viagem, já que estocavam as enormes tartarugas vivas nos porões. Essas tartarugas denominadas Galápagos davam nome ao arquipélago, eram extremamente abundantes e sobrevivam cerca de um ano sem se alimentarem ou beberem água.
Durante o tempo em que estiveram no arquipélago, Charles descreveu o cenário das ilhas, que possuíam inúmeros vulcões ativos tipo escudo, caldeiras, cones formados por explosões do magma, fumarolas, túneis de lava e cones de poeira vulcânica, que as tornavam quase inóspitas. Charles encontrou dificuldade em caminhar nestes terrenos, contudo, para ele, o mais perturbador foi a ausência de fontes de água natural. Apesar dos pequenos grupos de habitantes de algumas ilhas, que eram exilados do continente, a escassez de nascentes era determinante na dependência do regime de chuvas para coleta de água propicia para o consumo.
Na ocasião, o capitão FitzRoy empenhou-se em mapear a costa das ilhas, enquanto Darwin aproveitou para explorar a natureza primitiva do arquipélago, comparando-o a uma visão do inferno. Entretanto, Charles encontrou neste cenário uma flora e fauna adaptada a essas condições rigorosas. Apesar do arquipélago estar na região equatorial, sofrendo forte influência dos ventos alíseos, as correntes marítimas que cercam as ilhas têm a temperatura mais fria na superfície do mar, proporcionando a ressurgência de nutrientes e, consequentemente, formas de vida exuberantes.